O Que Houve com o Rock n’ Roll?


Basta já ter ouvido um álbum do AC/DC, Guns n’ Roses, Led Zeppelin ou afins para se fazer essa pergunta. Este ensaio não se direciona precisamente àqueles que viveram esse momento do rock, mas sim àqueles que vieram a apreciá-lo no presente ou num passado não distante. É direcionado, antes de tudo, àqueles que se perguntam como era o sentimento musical das pessoas numa época em que sucessos a exemplo de Paranoid ou Stairway to Heaven eram novidades.


Além do prazer, que é particular à cada um, ouvir rock clássico me traz uma sensação, a qual traduzida em palavras seria algo parecido com “isso que é rock!” ou “não se faz mais música assim...”. Em suma, o prazer sempre vem acompanhado com uma insatisfação causada pelo desnível entre rock clássico e rock atual. Ocupo-me muito, em pensamento, sobre essa insatisfação, e cheguei a duas possíveis conclusões sobre o fato.


A primeira diz respeito a uma tendência humana natural do tipo saudosista, isto é, valorizar o que já se passou, desprezando a qualidade daquilo que é presente por não corresponder ao que existia em momento anterior. Nesse sentido, será que nossos netos irão escutar o rock de nossos tempos e sentir a mesma coisa que nós sentimos ao ouvir o clássico?. Bom, não tirando a total coerência do pensamento exposto, ele se torna improcedente ao observar a aderência em massa das pessoas na época em que o rock clássico era rock atual.


O outro pensamento diz respeito a uma conceituação sinestésica do que seria o rock. Ele é antes de tudo música, com menos obviedade ele também é estilo, podendo ser para alguns ideologia e, numa instância mais firme ainda, ele é crença. O fato é que, por não presenciarmos o rock que gostamos de ouvir, não nos atentamos à idéia de que o rock é, principalmente, época. Cenários como o da guerra fria, revolução tecnológica, a ida do homem a lua, guerra do golfo dentre outros moldaram a sociedade da qual surgiu o rock clássico. Talvez seja essa relação tão grande com a época é que faz do rock algo tão marcante.


Assim, o cenário de nossa época motivou nossa música. Uma época onde o simples é complicado demais. Com isso, o que temos na atualidade é o rock mais sem jeito e estilo de todos os tempos. 


Leonardo Batista

 

Metepoesia II

Ontem, deitado em uma rede, em um sábado,
onde o sol brilhava de forma reluzente e simpática,
estou eu, deitado sobre uma rede à sombra
de uma amendoeira tentando, mais uma vez, ser poeta.

Mas afinal, que é ser poeta? Certas perguntas
surgem como nuvens negras no céu,
escurecem nossas vistas e não nos permitem ver o sol,
ainda que possamos senti-lo.

Dei-me conta hoje,
do quão poético fora aquele instante
– antes de tentar mais uma vez ser poeta,
antes de estragar tudo.

É realmente uma lástima essa triste sina:
perceber o quão poético são os momentos que vivo
soomente depois de vivê-los.
Maldita mania essa de tentar ser poeta. >.<

Leonardo Batista

Sobre Deus


"O amor de Deus nao se pode conhecer pela razão ou pela inteligência, não se pode conhecer com palavras. Mas, uma coisa nós sabemos: Deus não é ódio. Essa é uma canção sobre pessoas que recriam Deus em sua própria imagem, pequeno... patético. Você sabe do tipo de pessoa que eu estou falando. Osama Bin Laden talvez seja um desse tipo de pessoas. Talvez eu seja uma pessoa desse tipo também, honestamente, analisando Deus todo o tempo."

Bono Vox

Sentimento chato

Um unicórnio é a analogia perfeita para meu sentimento:
É especial,
Muitos passam a vida procurando-o
Outros acreditam ser apenas fruto da imaginação humana.
Mas eu o vivo, eu o sinto…
E é tão inefável quanto o dizem.
Porém, como algo tão divinamente atípico pode coexistir neste mundo?
A sua existência está fadada ao sofrimento
Tenho que matá-lo…
Pelo fato de ser especial, raro e quase intangível, ele deve partir.
É triste vê-lo morrer em minhas próprias mãos,
Mais triste ainda, contudo, é vê-lo sofrer por ser único, incomum e inexplicável.


Leonardo Batista

Sábio, rico, velho e infeliz.


Já se perguntou como seria se pudesse assistir os próximos trinta anos de sua vida, segundo por segundo, ver a gargalhada ao ouvir uma piada hilária ou o vazio mental que se instaura quando estás frente a uma TV com o controle remoto nas mãos, tudo isso durante os trinta anos seguintes de sua vida?
Ele viu, tudo: sua formatura, o auge de seu namoro – numa noite de sábado ele pede ela em noivado – primeiro emprego, elogios, dedicação ao emprego, promoção, crise no namoro, outra promoção, fim do namoro, fama e sucesso nos negócios; passa as noites lendo os livros de sua autoria e acariciando gatos de estimação; certa noite, tira quinhentos reais de sua carteira, paga a uma menina de dezoito anos pelos serviços prestados, e se lembra que em meio ao sexo frio e fingido que acabara de fazer derramou uma lágrima… A vida nem sempre nos leva aos caminhos que objetivamos alcançar, valorar demais certas coisas podem levar as pessoas a descobrir o lado mais obscuro de si. Hoje, depois de ter visto tudo isso, seus próximos trinta anos, ele pensa em fazer novas escolhas, valorizar aquilo que em época futura da sua vida não teve.

Leonardo Batista

Acerca de nós dois

Depois de dias frente a uma tela,

Descobri que posso escrever muito sobre mim ou sobre você.

Mas não sobre nós dois.

Posso escrever sobre ti, te conheço bem, em você mora minha atenção.

Não me conheço bem, mas mesmo assim, posso escrever sobre meu sentimento por você.

Mas quando penso em escrever sobre nós, tudo fica confuso, tudo.

Você ao meu lado é um fator variável, enquanto eu sou constante.

Ao menos me considero assim: constante nos meus sentimentos.

Almejo o dia em que possa saber, ao certo, o que há de constante entre eu e você,

E escrever algo sobre nós dois.


Leonardo Batista

Dia do "que se foda!"

Todos estão sujeitos a acordar e decidirem ter um dia no estilo ‘que se foda’. Onde faço tudo que não quero, e quero tudo que não faço, impulsionado por um estranho pensamento de querer curtir a vida. Em síntese, um carpe diem com uma amarga dose de arrependimento.


Leonaro Batista