Metepoesia II

Ontem, deitado em uma rede, em um sábado,
onde o sol brilhava de forma reluzente e simpática,
estou eu, deitado sobre uma rede à sombra
de uma amendoeira tentando, mais uma vez, ser poeta.

Mas afinal, que é ser poeta? Certas perguntas
surgem como nuvens negras no céu,
escurecem nossas vistas e não nos permitem ver o sol,
ainda que possamos senti-lo.

Dei-me conta hoje,
do quão poético fora aquele instante
– antes de tentar mais uma vez ser poeta,
antes de estragar tudo.

É realmente uma lástima essa triste sina:
perceber o quão poético são os momentos que vivo
soomente depois de vivê-los.
Maldita mania essa de tentar ser poeta. >.<

Leonardo Batista

Sobre Deus


"O amor de Deus nao se pode conhecer pela razão ou pela inteligência, não se pode conhecer com palavras. Mas, uma coisa nós sabemos: Deus não é ódio. Essa é uma canção sobre pessoas que recriam Deus em sua própria imagem, pequeno... patético. Você sabe do tipo de pessoa que eu estou falando. Osama Bin Laden talvez seja um desse tipo de pessoas. Talvez eu seja uma pessoa desse tipo também, honestamente, analisando Deus todo o tempo."

Bono Vox

Sentimento chato

Um unicórnio é a analogia perfeita para meu sentimento:
É especial,
Muitos passam a vida procurando-o
Outros acreditam ser apenas fruto da imaginação humana.
Mas eu o vivo, eu o sinto…
E é tão inefável quanto o dizem.
Porém, como algo tão divinamente atípico pode coexistir neste mundo?
A sua existência está fadada ao sofrimento
Tenho que matá-lo…
Pelo fato de ser especial, raro e quase intangível, ele deve partir.
É triste vê-lo morrer em minhas próprias mãos,
Mais triste ainda, contudo, é vê-lo sofrer por ser único, incomum e inexplicável.


Leonardo Batista

Sábio, rico, velho e infeliz.


Já se perguntou como seria se pudesse assistir os próximos trinta anos de sua vida, segundo por segundo, ver a gargalhada ao ouvir uma piada hilária ou o vazio mental que se instaura quando estás frente a uma TV com o controle remoto nas mãos, tudo isso durante os trinta anos seguintes de sua vida?
Ele viu, tudo: sua formatura, o auge de seu namoro – numa noite de sábado ele pede ela em noivado – primeiro emprego, elogios, dedicação ao emprego, promoção, crise no namoro, outra promoção, fim do namoro, fama e sucesso nos negócios; passa as noites lendo os livros de sua autoria e acariciando gatos de estimação; certa noite, tira quinhentos reais de sua carteira, paga a uma menina de dezoito anos pelos serviços prestados, e se lembra que em meio ao sexo frio e fingido que acabara de fazer derramou uma lágrima… A vida nem sempre nos leva aos caminhos que objetivamos alcançar, valorar demais certas coisas podem levar as pessoas a descobrir o lado mais obscuro de si. Hoje, depois de ter visto tudo isso, seus próximos trinta anos, ele pensa em fazer novas escolhas, valorizar aquilo que em época futura da sua vida não teve.

Leonardo Batista

Acerca de nós dois

Depois de dias frente a uma tela,

Descobri que posso escrever muito sobre mim ou sobre você.

Mas não sobre nós dois.

Posso escrever sobre ti, te conheço bem, em você mora minha atenção.

Não me conheço bem, mas mesmo assim, posso escrever sobre meu sentimento por você.

Mas quando penso em escrever sobre nós, tudo fica confuso, tudo.

Você ao meu lado é um fator variável, enquanto eu sou constante.

Ao menos me considero assim: constante nos meus sentimentos.

Almejo o dia em que possa saber, ao certo, o que há de constante entre eu e você,

E escrever algo sobre nós dois.


Leonardo Batista

Dia do "que se foda!"

Todos estão sujeitos a acordar e decidirem ter um dia no estilo ‘que se foda’. Onde faço tudo que não quero, e quero tudo que não faço, impulsionado por um estranho pensamento de querer curtir a vida. Em síntese, um carpe diem com uma amarga dose de arrependimento.


Leonaro Batista